O dia da Consciência Negra é celebrado em 20
de novembro, mas foi na tarde de sexta-feira, 21, que a Biblioteca Municipal
Professora Dulce Figueroa recebeu cerca de 50 pessoas para assistir uma
palestra sobre o tema.
“Na
mediada do racista / Não tem lugar
pro amor/E o seu maior defeito/É o julgamento da cor/Enfatizando o espinho /Sem ao menos um pouquinho/Se
aproximar da flor”. Os versos do poeta Romildo Alves foram declamados na
abertura do evento. Em seguida, o professor Hugo Damasceno de Araújo assumiu o
comando da palestra Consciência Negra em
debate e fez um apanhado histórico a cerca do processo de escravismo no
Brasil e da participação do negro em nossa sociedade.
O
tráfico de escravos, contradições na abolição da escravatura, a morte de jovens
negros na Brasil de hoje, os conceitos de Racismo e de Consciência negra, o
sistema de cotas para negros nas universidades, nortearam o palestra, que,
fazendo jus ao título, foi um verdadeiro debate, no qual pontos polêmicos foram
levantados com a efetiva participação da platéia.
Durante
a palestra, Hugo disse que “o negro era um elemento duplamente lucrativo: além
do trabalho escravo, ganhava-se dinheiro com o tráfico escravista. A República
não se preocupou em integrar o homem negro e a mulher negra na sociedade”. E
enumerou: “a cada quatro jovens que são mortos no Brasil três são negros”.
Para os
presentes a palestra foi uma oportunidade de reflexão, conscientização e
aprendizado. “Gostei bastante porque pude saber mais sobre acontecimentos
ocorridos no Brasil e que nem sempre são discutidos na escola. Estou muito
satisfeita com o que ouvi e aprendi nesta tarde”, declarou a estudante Raquel
Santana. “A palestra me fez refletir que nosso país é negro, que temos que nos
conscientizar e passa a gostar da nossa cor que é negra”, concluiu a estudante
Darlene Souza.
O salão
da Biblioteca, onde o evento aconteceu, foi ilustrado com fotos de Zumbi dos
Palmares, Nelson Mandela, Milton Santos, Olívia Santana e Auricéa Batista (foto). Esta
última dirige a Creche Maria Pretinha e representou a negritude local.